“Chegou dezembro, enfim o mês da esperança, o mês da Santa Criança e imaculada Conceição…
Nosso Senhor, abençoou a nossa vida com essa terra prometida de invernada e plantação.
Fico aguardando a passagem do Santo Reis, pra rezar mais uma vez em louvor à criação,
Pois vem janeiro com a festa dos padroeiro e eu sou homem boiadeiro com respeito a tradição.”
(Trecho de uma canção intitulada CHEGOU DEZEMBRO de quase 15 anos, composta na Fazenda Santa Cássia, em homenagem ao Sr. Osvaldo Guimarães, de minha autoria.)
Por ser hoje o primeiro dia, me lembrei dela e me atrevi a saudar o mês com alguns prolegômenos.
Dezembro é um mês encantado e hoje chegou de forma saborosa. O sabor espetaculoso deste dezembro deve-se ao calendário Maia. Dia 21 acaba o ciclo do Calendário e imediatamente reinicia-se outro, dando margem a muita previsão fantástica para os que viverem por esse tempo, ou seja nós todos. Muita especulação em torno dessas coisas temperam todas as conversas e, claro, a nossa.
O tempo é alheio a tudo, pois passa a despeito do que possa acontecer. Quando nos impressionamos e vivemos intensamente cada momento o tempo corre, quando distraímos e desprezamos cada momento ele não passa.
Acabo de passar um tempo no México e não encontrei evidências do fim do mundo, mas por precaução fui antes de dezembro chegar, não por medo e nem que eu creia ou não creia nisso, é que sou mineiro, esfressurado e se possível for, sempre serei precavido.
Lá pude pensar em diversas coisas a cada máscara asteca que via, a casa ruína Tiotihuanacan que visitava e a cada explicação Maia que ouvia. Me sentia brasileiro demais, com muita natureza e verde, com muita água e Sol e com índios tão singelos e amorosos, com portugueses e negros nas minhas raízes e o sangue imigrante dos mouros em minhas veias. Pude respeitar a humanidade sob o ponto de vista das estrelas, já que uma visão ampla, de longe me tocou a mente quando me aproximei da peña de Bernal. De lá namoramos o Sol da pirâmide da Lua e namoramos a Lua da pirâmide do Sol. Tomamos o caldo da planta mágica, eu agora nós, pela personalidade universal que incorporara em mim.
Era o prenúncio de uma transição em minha vida, pois certifiquei minha coragem e minha disposição beijando os luminares homenageados subindo em cada pirâmide e colocando a energia telúrica dos deuses ancestrais a meu favor.
Meu organismo iniciou uma limpeza que durou até hoje, dia primeiro. É dezembro delicioso, dono e senhor de diversas lembranças de paz e amor. Há os que dizem abominar a natividade por lembrarem de tristezas ou faltas de ente queridos, mas eu que amo lembranças e curto uma saudade carinhosa adoro o clima de natal, os presentes de natal, os filmes e o dia da natividade. Até os gastos, que movimentam a economia oxigenam muitas famílias carentes que oportunamente tem alguma chance de trabalho temporário. Então eu gosto.
Hoje começamos a nos reunir em torno da arvore de Natal que já montamos na sala e vamos “comunhar” agir em comunhão, “comungar” agir em ação conjunta de amor.
Papai, mamãe, vovô, vovó, titios e titias, irmãos e irmãs, amigos e amigas, mestres e mestras, amêndoas e castanhas, uvas e bananas passas, continuem sustentando o presépio e a lapinha para mais uma vez registrarmos um belíssimo dezembro.
Saúdo esse mês e aos que comigo o adentram. Vamos todos aproveitar a oferta do calendário e beber juntos dessa fonte.
Saúde! Feliz Natal! Feliz Ano Novo!
Enfim,
Chegou dezembro… enfim!!!
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