MEDIUNIDADE EM ESTUDO – Odilon Fernandes/ C. Baccelli cap 4

PRODUÇÃO MEDIÚNICA E ANÍMICA

5.  As comunicações  provindas  do espírito do médium  são  sempre  inferiores  às que  poderiam ser  dadas  por  espíritos  estranhos? —  Sempre  não,  porque o espírito  estranho  pode ser  de  ordem  inferior  à  do  médium  e  por  isso falar menos  sensatamente.  Vemos  isto  no  sonambulismo, porque  aí,  o  mais  das  vezes,  é  o espírito  do sonâmbulo  que  se  manifesta  e  que  diz,  contudo, algumas  vezes,  coisas  muito boas.  (Cap.  XIX  Papel  do  médium nas  comunicações  espíritas) Existem  companheiros  que,  não  raro, no  anseio  de  serem  médiuns,  acabam  por anular  a  própria  capacidade  de  produzir intelectualmente  para  a  Doutrina. Expliquemo-nos.  Nem  sempre  o exercício  da  mediunidade  ostensiva  é  superior  à  condição  pessoal  do  espírito  que se  encontra  encarnado. Abdicando  de  falar  ou  de  escrever por  si  mesmos,  segundo  o  conhecimento  que possuem,  muitos  se  reduzem  a  médiuns  de insignificante  produtividade. Tentemos  esclarecer  mais  o  que dizemos.  O  espírito  encarnado,  sob  influência  apenas  da  inspiração,  pode  ser  mais útil  à  Causa  sem  que,  para  tanto,  necessite abraçar  a  mediunidade,  tornando-se  intérprete  específico  dos  desencarnados. Há  quem  deixe  de  ser  excelente  articulista  para  ser  limitado  médium  psicógrafo. Outro  renuncia  ao  verbo  brilhante, que  soa  em  seus  lábios  com  proveito  real para  todos,  pelo  capricho  de  ser  rotulado médium,  qual  se  a  condição  mediúnica  fosse superior  à  de  tribuno. Outro,  ainda,  despreza  a  mediunidade de  cura  pela  simples  imposição  das  mãos, para  complicar-se  como  medianeiro  de intervenções  cirúrgicas  espetaculosas. Se  existem  espíritos  que  algo  acrescentam  ao  médium,  também  existem  os  que  algo lhe  retiram.

Portanto,  antes  de  efetuar  a  opção  de enveredar  pelos  caminhos  da  mediunidade, convém  que  o  adepto  da  Doutrina  examine em  que  posto  poderá  mais  bem  servir  à Causa  que  abraça. Em  muita  gente  sem  discernimento e  capacidade  de  renunciar,  mediunidade  é a medida  da  ambição  pessoal,  na  busca  de  fama e  notoriedade,  o  que,  convenhamos,  colide frontalmente  com  os  preceitos  doutrinários mais  elementares. Cabe-nos  aqui,  no  entanto,  uma ressalva:  que  os  não-médiuns,  por  se  sentirem  frustrados  em  seus  anseios  pessoais  no campo  da  mediunidade,  não  se  transformem em  críticos  implacáveis  dos  que,  com enorme  esforço,  estão  lutando  para  cumprir com  o dever  que  lhes  compete. Na  seara  espírita,  há  espaço  suficiente para  que  todos  possam  oferecer  o  seu contributo  à  construção  da  Nova  Era,  sem que,  para  brilhar  no  universo  de  suas  infinitas possibilidades,  careçam  de  empanar  o  brilho dos  outros.

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