MEDIUNIDADE EM ESTUDO – Odilon Fernandes/ C. Baccelli cap 8

8- PASSIVIDADE RELATIVA

10.  Parece  resultar  destas explicações que  o espírito do  médium nunca  é completamente  passivo? — 

É  passivo  quando  não  mistura  suas  próprias ideias  às  do  espírito estranho;  porém  jamais é  absolutamente  nulo;  seu  concurso é  sempre necessário  como  intermediário,  mesmo  nos  que vocês  chamam de  médiuns mecânicos.  (Cap.  XIX Papel  do  médium  nas  comunicações  espíritas)
Está  claro:  em  mediunidade,  a  passividade  é  sempre  relativa. Mesmo  nos  médiuns  chamados  mecânicos,  ou  inconscientes,  a  sua  participação intelectual  é  inegável. Portanto,  em  hipótese  alguma,  o  médium  poderá  se  eximir  de  responsabilidade, no  que  tange  à  qualidade  do  fenômeno  que, por  seu  intermédio,  se  produz.
É  sua  obrigação  estudar  e  aprimorarse  sempre. Assim  como  o  auxiliar  designado instrumenta  o  cirurgião,  o  médium  é o instrumentador  do  espírito.  Da  experiência de  um  e  da  perícia  de  outro,  dependem  o êxito  da  intervenção. Se,  por  exemplo,  o  médium  sente  que o  espírito  deseja  desenvolver  um  assunto que  não  seja  de  seu  conhecimento  imediato, tem  ele  a  obrigação  de  pesquisar  e  de  se colocar  apto. Espírito  algum  supre  a  ignorância do médium. Se  espíritos  de  músicos  desencarnados se  aproximam  de  determinado  médium, com  o  intuito  de  proclamar  a  realidade da  sobrevivência  por  meio  de  sua  arte,  o médium,  se  nada  conhece  a  respeito  do assunto,  deve  procurar  estudá-lo. O  mesmo  ocorre  no  campo  da poesia,  da  pintura,  enfim,  nos  diversos setores  da  atividade  humana. Os  Espíritos,  respondendo  a  Kardec, admitiram  a  existência  de  passividade  apenas quando  o  médium  não  mistura,  ou  seja,  não deturpa  as  ideias  que  o  espírito  comunicante deseja  transmitir  por  seu  intermédio. Então se deduz:  passividade mediúnica é  identificação  plena,  envolvendo  pensamentos, sentimentos  e  objetivos  – espírito  e  médium devem estar  animados  pela mesma intenção. Em  mediunidade,  igualmente  se aplica  a  lei:  “semelhante  atrai  semelhante”! Existem  médiuns  que,  por  interesses pessoais,  truncam  o  pensamento  dos  espíritos, que,  ao  constatarem o  fato,  logo  os  abandonam. Por  outro  lado,  há  médiuns  que “consertam”  o  pensamento  dos  espíritos  os  espíritos  entram  com  a  ideia  um  tanto obtusa,  e  eles  entram  com  a  sua  forma  mais clara  de  apresentação. O  médium  é  como  se  fosse  um tradutor  de  idiomas.  Determinados  tradutores podem  imprimir  à  palavra  pronunciada  ou escrita  um  sentido  que  não  era  a  intenção  de seu  autor  lhe  conferir. Consoantes  circunstâncias  e  interesses  em  pauta,  uma  simples  imagem  dá  azo  a múltiplas  interpretações. Não  há  um  só  comunicado  de  alémtúmulo  cujo  autor  desencarnado,  se  pudesse, não  faria  este  ou  aquele  reparo. O  próprio  médium,  com  o  passar  do tempo  e  a  aquisição  de  maior  experiência, filtraria  diferente  agora  o  que  filtrou  no passado. É  que  médiuns  e  espíritos  evoluem, modificando,  a  cada  dia,  o  seu  pensamento e  modo  de  expressão. Nenhum  médium,  como  nenhum espírito,  é  infalível. A  mediunidade  na  Terra  funciona sob  as  limitações  pertinentes  aos  seus protagonistas. Medianeiro  Perfeito,  só  Jesus  Cristo o  foi  entre  os  homens! sua  Ia Compreendendo  semelhantes  verdades,  Paulo,  inspiradamente,  grafou,  em  Carta  aos  Coríntios,  capítulo  14, versículo  32:  “Os  espíritos  dos  profetas estão  sujeitos  aos  próprios  profetas”.

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