MEDIUNIDADE EM ESTUDO – Odilon Fernandes/ C. Baccelli cap 9

MÉDIUM INTUITIVO 11. 
Não  haverá mais  independência  no  médium mecânico  do que no médium  intuitivo? —  Sem  nenhuma  dúvida e  para  certas  comunicações,  um  médium mecânico  é  preferível;  mas quando  se conhecem as faculdades de um médium intuitivo,  isto  se  torna  indiferente,  segundo  as circunstâncias;  quero  dizer  que  há  comunicações que  exigem  menos  precisão.  (Cap.  XIX  – Papel  do médium  nas  comunicações  espíritas)

Não  há  distinção  entre  o  médium consciente  e  o  intuitivo.  Ambos  atuam  com plena  lucidez  de  suas  faculdades. Aliás,  o  que  em  muitos  sensitivos  se classifica  como  fenômeno  de  psicografia, por  vezes,  não  passa  de  clariaudiência. Não  raro,  médiuns  que,  principalmente,  falam  ou  escrevem  sob  o  impulso
dos  espíritos,  apenas  registram  por  telepatia o  que  lhes  é  transmitido. Na  maioria  das  ocasiões,  o  que  o espírito  deseja  transmitir  é  a  ideia  – o  que lhe  importa  é  a  essência  de  seu  pensamento, sendo-lhe  indiferente  a  forma  de  expressão. Nem  sempre,  no  que  se  considera  o exato  momento  do  transe,  o  desencarnado está  a  controlar  as  faculdades  do  medianeiro. Pode  ser  que,  mediunizado  pelas  ideias  com que  o  espírito  lhe  fecundou  anteriormente  o psiquismo,  o  médium  se  ponha  a  trabalhar com  os  recursos  intelectuais  que  lhe  dizem respeito,  com  a  finalidade  de  exteriorizar  o pensamento  do  desencarnado. Acontece,  por  exemplo,  inúmeras  vezes, o  espírito  se  entender  com  o  médium  fora  do corpo,  em  seus  instantes  de  desdobramento pelo  sono  natural.  Ao  despertar,  sob  a  empolgação  do  diálogo  entabulado,  na  primeira oportunidade  de  que  dispõe,  o  médium providencia  registrá-lo  com  a  clareza  possível. Quando  entre  médium  e  espírito há  afinidade  suficiente,  o  transe  chega  a dispensar  a  presença  física  do  espírito  no recinto  em  que  o  fenômeno  se  processa. O  entendimento  intelectual  entre espírito  e  médium  em  sintonia  não  se sujeita  às  questões  de  espaço  e  tempo. O  transe  mediúnico,  que  transcende dimensões,  é  atemporal. Na  obsessão,  mormente  na  que envolve  subjugação  corporal,  a  proximidade entre  vítima  e  algoz  é  evidente. Obsessão é  primitivismo  mediúnico. O  espírito  esclarecido,  para  comunicar-se,  não  precisa  estar  perto.  Na  comunicação  telefônica,  os  que  conversam  entre si  podem  estar,  na  Terra,  a  inimaginável distância  um  do  outro  e  até  fora  da  órbita planetária. Em  alguns  médiuns,  o  estado  de transe  pode,  pois,  ser  quase  permanente,  sem que careçam estar visivelmente mediunizados. No  dia-a-dia,  há  muito  mais  mediunidade  entre  os  homens  do  que  se  supõe – mediunidade  de  desencarnado  para encarnado  e  também  de  encarnado  para encarnado. No  Grande  Futuro,  a  mediunidade será  exercida  com  a  naturalidade  tal,  que todos  se  valem  de  seus  sentidos  físicos predominantes. Por  esse  motivo,  educar  a  mediunidade significa  educar  o  espírito,  fazendo  com  que ele  cresça  em  sensibilidade. Mediunidade  é  algo  que  não  se aprende  apenas  nos  livros:  a  vivência é  fundamental!  E  ninguém  vivência  a mediunidade  fora  do  contexto  em  que  foi colocado  para  servir. Em  suma:  no  que  tange  a  desenvolvimento  mediúnico,  toda  técnica  é  obsoleta. O  melhor  médium  é  aquele  que se  forja  nas  lutas  e  provas  da  Vida, ampliando  a  sua  condição  receptiva  pelo desenvolvimento  de  sua  capacidade  de amar  os  semelhantes.

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