MÉDIUM INTUITIVO 11.
Não haverá mais independência no médium mecânico do que no médium intuitivo? — Sem nenhuma dúvida e para certas comunicações, um médium mecânico é preferível; mas quando se conhecem as faculdades de um médium intuitivo, isto se torna indiferente, segundo as circunstâncias; quero dizer que há comunicações que exigem menos precisão. (Cap. XIX – Papel do médium nas comunicações espíritas)
Não há distinção entre o médium consciente e o intuitivo. Ambos atuam com plena lucidez de suas faculdades. Aliás, o que em muitos sensitivos se classifica como fenômeno de psicografia, por vezes, não passa de clariaudiência. Não raro, médiuns que, principalmente, falam ou escrevem sob o impulso
dos espíritos, apenas registram por telepatia o que lhes é transmitido. Na maioria das ocasiões, o que o espírito deseja transmitir é a ideia – o que lhe importa é a essência de seu pensamento, sendo-lhe indiferente a forma de expressão. Nem sempre, no que se considera o exato momento do transe, o desencarnado está a controlar as faculdades do medianeiro. Pode ser que, mediunizado pelas ideias com que o espírito lhe fecundou anteriormente o psiquismo, o médium se ponha a trabalhar com os recursos intelectuais que lhe dizem respeito, com a finalidade de exteriorizar o pensamento do desencarnado. Acontece, por exemplo, inúmeras vezes, o espírito se entender com o médium fora do corpo, em seus instantes de desdobramento pelo sono natural. Ao despertar, sob a empolgação do diálogo entabulado, na primeira oportunidade de que dispõe, o médium providencia registrá-lo com a clareza possível. Quando entre médium e espírito há afinidade suficiente, o transe chega a dispensar a presença física do espírito no recinto em que o fenômeno se processa. O entendimento intelectual entre espírito e médium em sintonia não se sujeita às questões de espaço e tempo. O transe mediúnico, que transcende dimensões, é atemporal. Na obsessão, mormente na que envolve subjugação corporal, a proximidade entre vítima e algoz é evidente. Obsessão é primitivismo mediúnico. O espírito esclarecido, para comunicar-se, não precisa estar perto. Na comunicação telefônica, os que conversam entre si podem estar, na Terra, a inimaginável distância um do outro e até fora da órbita planetária. Em alguns médiuns, o estado de transe pode, pois, ser quase permanente, sem que careçam estar visivelmente mediunizados. No dia-a-dia, há muito mais mediunidade entre os homens do que se supõe – mediunidade de desencarnado para encarnado e também de encarnado para encarnado. No Grande Futuro, a mediunidade será exercida com a naturalidade tal, que todos se valem de seus sentidos físicos predominantes. Por esse motivo, educar a mediunidade significa educar o espírito, fazendo com que ele cresça em sensibilidade. Mediunidade é algo que não se aprende apenas nos livros: a vivência é fundamental! E ninguém vivência a mediunidade fora do contexto em que foi colocado para servir. Em suma: no que tange a desenvolvimento mediúnico, toda técnica é obsoleta. O melhor médium é aquele que se forja nas lutas e provas da Vida, ampliando a sua condição receptiva pelo desenvolvimento de sua capacidade de amar os semelhantes.
Deixe um comentário