MEDIUNIDADE EM ESTUDO – Odilon Fernandes/ C. Baccelli cap 12

MÉDIUM DE TAREFA

TAREFA “A  mediunidade  propriamente  dita é  independente da  inteligência,  tanto  quanto  das  qualidades morais,  e  na  falta  de  um melhor  instrumento o espírito  pode  servir-se do  que  tem  à  mão;  mas  é natural  que,  para as  comunicações de  uma  certa ordem,  ele  prefira  o  médium  que  lhe  ofereça  menos obstáculos  materiais.”  (Cap.  XIX  – O  Papel  do médium  nas  comunicações espíritas  – item  19)

O  médium  com  o  qual  os  espíritos contam,  para  a  realização  de  determinada tarefa,  não  é  aquele  que  se  dedica  esporadicamente  ao  exercício  de  suas  faculdades. O  médium  indisciplinado,  que  não estuda  e  tampouco  persevera,  esmerando-se no  cultivo  diuturno  de  suas  possibilidades mediúnicas,  procurando  ampliá-las,  não deve  esperar  que  a  Espiritualidade  Superior assuma  compromisso  sério  com  ele. Sabemos  que  são  muitos  os  impedimentos  que  o  médium  faceia  no  cumprimento do  dever,  mas,  por  outro  lado,  não  ignoramos a  falta  de  empenho  daqueles  que  se  amolentam ante  os  percalços Mediunidade,  que  se  traduz  por oportunidade  de  ascese  espiritual,  não  é caminho  atapetado  de  flores  para  ninguém. Os  homens,  de  maneira  geral,  não levam  em  consideração  as  dificuldades que  os  desencarnados  enfrentam  para estabelecer  um  contato  regular  com  os que  se  encontram  nas  lides  da  experiência física.  A  ideia  que  temos  é  que  muitos, equivocadamente,  nos  supõem  desocupados neste  Outro  Lado,  prontos  a  atendê-los,  ao mais  leve  estalar  de  dedos. Parceria  mediúnica  produtiva  se alicerça  no  esforço  recíproco  entre  encarnado e  desencarnado. Os  Espíritos  da  Codificação  foram claros  e  incisivos  que,  “para  comunicações de  certa  ordem”,  a  preferência  recaia  sobre os  médiuns  que  inspiram  maior  confiança. Quantos  médiuns  inconstantes  queixando-se  de  escassa  colheita  na  seara  em  que não transpiram! Quantos  outros  a  cumularem  de  exigências  descabidas  o  Plano  Espiritual,  sem  que quase  nada  façam  para  que  tenham  direito  ao que reivindicam! O maior  obstáculo  material,  com  que  o espírito  comunicante  se  depara,  é justamente  o – não  comparecimento  do  médium  às  sessões mediúnicas  que  frequenta. Um  exímio  pianista,  se,  mesmo por  motivo  justificado,  se  sente  compelido  a determinado  período  de  afastamento  das  teclas do piano,  praticamente  terá  que  recomeçar  como se não fosse  mais que um principiante. Um  ator  que,  por  esta  ou  aquela causa,  passe  longo  tempo  fora  do  palco, ao  voltar  a  representar,  experimentará  os titubeios  de  quem  ainda  não  aprendeu  a  se movimentar  em  cena. Constantes  interrupções  na  sintonia mediúnica  acarretam  prejuízos  de  vulto  para o exercício  da  mediunidade.

Experimente,  por  exemplo,  o  jardineiro deixar  de  regar  o  jardim  que  espera  ver  florido na  primavera. Médium que,  numa semana,  é  médium e,  na  outra,  não  o  é,  assemelha-se  a  quem  quer aprender  a  escrever  ignorando  determinadas letras  do  alfabeto! Enquanto  a  mediunidade  não  for levada  com  a  seriedade  que  requer  que dela,  no  máximo,  se  poderá  colher  serão frutos  sazonais. Aqui  se  aplica  a  lição  da  Parábola  da Figueira  Seca,  à  qual  Jesus  recorreu  para ensinar  que  o  discípulo  sincero  da  Boa Nova  deve  estar  sempre  pronto  para  servir quando  for  chamado  e  não  apenas  quando lhe  convier. É  devido  à  sua  inconstância  e  irregularidade,  ou  seja,  à  sua  falta  de  compromisso  com a  Espiritualidade  Superior,  que  os  médiuns  se mostram  instrumentos  improdutivos.  Não  se trata  de  deficiência  da  faculdade  que  possuem nem  de  ausência  da  indispensável  cobertura espiritual  que  eles  vivem  a  reclamar,  mas  de franco  comodismo  e  desinteresse  de  sua  parte.

Uma resposta para “MEDIUNIDADE EM ESTUDO – Odilon Fernandes/ C. Baccelli cap 12”.

  1. Estou encantada com o site. Não conhecia a Casa do Cinza, embora já ter lido algumas obras muiito esclarecedoras do Dr. Odilon, sou sua fã e do Dr. Inácio tbém . Parabéns!

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